GANGA ZUMBA MORRE
Como era de se esperar Zumbi rejeita o tratado. Pois era ele o líder dos Palmares e sua natureza não seria complacente com o esse fato. Então o governador de Pernambuco, e o então ilustríssimo Rei de Portugal e os podres de ricos senhores de engenho declaravam-se mais uma vez inimigos #1. Não era a escravidão invenção destes, enquanto não se acabasse não se queria também a paz. Ou Palmares Ou nada.
Mas lembrando-se do dito pelos capatazes um dia da caça e outro do caçador.
Conforme combinado Ganga Zumba mudar-se-ia para outra fazenda Cucáu. ZUMBI não vai e parece adivinhar: Ganga Zumba tinha sido traído, Grileiros entravam em suas terras e pegavam pessoas, botavam-lhes fogo nas roças, matavam a criação, um verdadeiro inferno.
Um dia antes refeição trouxe lhe vinho de palmeira. Bebia para esquecer, de repente, cólicas horríveis. O veneno tinha feito o serviço. O assassino não se sabe quem foi.
O PENSAMENTO DE ZUMBI
Para o Rei de Portugal deveria ter escravos, pois sem esses não haveria o açúcar, e sem o açúcar não haveria Brasil, e sem o Brasil as fezes Portuguesa também não haveria.
Para ZUMBI
Não precisava ter escravos, poderia ter o açúcar sem escravos, poderia haver um Brasil sem açúcar e as fezes Portuguesa que se virasse.
Zumbi não invadiu Recife, a capital do açúcar era muito rica e poderosa além da conta. Os senhores engenhosos tinham sócios do outro lado do mar. Este não possuía barcos, nem cavalos, muito menos armas e dinheiro. Possuía duas mãos e o sentimento de liberdade. Mais uma vez grande figura ilustríssima fecal de Portugal intervém contratando um bandeirante para acabar com Palmares.
Bandeirante era o tipo de profissão de sujeitos sem escrúpulos de pobre que eram e mercenários a fim de enriquecer-se a qualquer custo e maneira. Sua maioria era de São Paulo, que naquela época era insignificante. Para ser um bandeirante tinha que se forjar um casamento com uma índia, depois armavam seus parentes para virarem amiguinhos. Pois cada índia possuía centenas de parentes. Em seguida, escolhia uma bandeira, enfiava num pedaço de pau e saía pelo mundo. Se ouro achasse, prata, esmeraldas, melhor. Se não cercava as aldeias dos índios os para vendê-los no Rio, na Bahia em Pernambuco.
O BANDEIRANTE INVADE PALMARES
O governador de Pernambuco com dificuldades contrata o bandeirante Domingo Jorge Velho, que falava um português com espanhol e tupi guarani. O trato era que Jorge Velho acabasse com Palmares, as terras e assim essas seriam suas. Podia plantar então um pouco mais de cana-de-açúcar para enriquecer o estado de Pernambuco e as fezes Portuguesa, ou criar gado.
Jorge Velho também era conhecedor do combate a guerra do mato. Páreo Duro para ZUMBI. Sua vida tinha sido no sertão, incendiando ocas indígenas, abrindo caminho e subindo serras. A caminho de Palmares, Jorge Velho foi aumentando seu exercito. Recolhia pobres com promessas de terras e de presas. Presas era o nome carinhoso que se dava aos escravos. Índios que não ficavam do seu lado, o genuíno homem degolavam. Um grande FILHO DA PUTA.
Andou meia légua para a direita não achando a passagem nem para a esquerda. ZUMBI havia aberto um fosso do lado de fora da muralha, disfarçando com galhos e folhas. Os soldados que vinham com os canhões caia dentro da armadilha, morte certeira.
A DERROTA DE PALMARES
O FILHO DA PUTA do bandeirante aproveita uma noite escura e construiu uma contra muralha. Protegido por esta seus homens puderam aproximar os canhões. Por descuido das sentinelas de Palmares quando se viu a muralha já estava pronta.
Em plena madrugada começa a cair uma chuva de pelouros sobre Palmares. Pelouros = Bola de ferro atiradas por canhões. Passavam as muralhas e explodiam lá dentro. O incêndio engoliu tudo. Não ficando pedra sobre pedra. No finzinho, um grupo de guerreiros conseguiu escapulir. Em silêncio, foram saindo pela beira de um precipício. Em fila indiana. Um dos últimos da fila tropeça a uma pedra que rola no abismo, fazendo barulho. Os soldados de Jorge Velho abriram fogo e vários guerreiros caíram mortos lá embaixo. ZUMBI preferia a morte do que se tornar escravo.ZUMBI GRANDE HEROÍ DE UM POVO OPRIMIDO
Jorge Velho conseguiu o que o governo havia lhe pedido destruiu Palmares, ZUMBI então se escondeu na Serra Dois Irmãos, longe dali. Também em Alagoas. Sua dor ao imaginar a não existência de Palmares o exercito de liberdade que já não existia. O então governo de Recife premiaria aquele que trouxesse a cabeça de Ganga Zumba, esse ganharia fortuna como recompensa.
ZUMBI com muita paciência organizou outro exército ganhando dezenas de batalhas. Onde só havia perdido aquela. Porém se encontrava coxo, um pelouro havia o a caído ao seu lado o acabou por acertar uma de suas pernas. De posse de 39 anos.
E recomeça tudo novamente novos espiões, novos guerreiros. Até que uma patrulha inimiga prendeu um de seus guerrilheiros, que se chamava Soares. Imagine o sofrimento deste. Pendurado em uma árvore, chicoteado e recebendo diversas palmatórias. Até entregar os pontos, levando os bandeirantes ao esconderijo de ZUMBI. Conforme o que haviam combinado se aproxima sozinho, onde os soldados haviam se escondido em volta. Chamou-o.
Quando ZUMBI apareceu. Soares envia-lhe o punhal na barriga. Ao mesmo tempo os soldados abrem fogo contra ZUMBI. O líder ainda abraça um em seu leito de morte e fere vários. Isto ocorreu na manhã do dia 20 de novembro de 1695 e se fez o dia da Consciência Negra.
Este texto é baseado em um caderno do aluno de comemoração aos 30 anos de Zumbi na data de 1995, realizado pelo Ministério da Cultura e Fundação Cultural Palmares e Ministério da Educação e do Desporto juntamente com a FAE – Fundação de Assistência ao Estudante.
Texto adaptado pelo (coletivo raízes)
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