Mas acima de tudo, os Arawak gostavam de fumar.
A palavra tabaco, para vocês terem uma idéia, vem do termo que eles denominavam seus estranhos cachimbos em forma de estilingue esculpido em madeira tubular, de forma que estes seres aborígenes, pudessem inspirar fumaça pelas duas narinas ao mesmo tempo.
Fumar desta maneira, produzia intoxicação e uma tonteira braba naqueles nativos.
Os Arawak não suportaram ser confinados em sua própria terra. Forçados ao trabalho escravo, muitos se suicidaram, outros morreram em batalhas ou foram assassinados pelos truculentos colonizadores, ou mesmo, não resistiram às doenças trazidas pelo homem branco.
Foram completamente exterminados pelos espanhóis.
O nome pelo qual eles chamavam a ilha foi uma das poucas coisas que restou da memória de sua cultura. Apesar de Cristovão Colombo ter batizado o lugar com o nome de Santiago, o que acabou prevalecendo foi o nome dado pelos Arawak àquela ilha repleta de rios e cascatas: Xaimaca, que quer dizer Terra das Fontes.
Depois dos Ingleses terem tomado a Jamaica dos espanhóis, no século XVII, a ilha teve como principal atividade econômica a cultura de cana de açucar.
A mão de obra utilizada para realizar tal empreendimento era de escravos trazidos da costa africana.
Entre os milhares de escravos embarcados para o Novo Mundo, encontravam-se os Ibos da baixa Nigéria, os Cromantis, os Hausa e povos Mandingo da Costa do Marfim e do Ouro, assim como povos das nações Nôko, Yorubá, Sôbo e Nagô.
As raízes do reggae tem influencia direta do sincretismo da herança cultural trazida da África com a nova e amarga experiência da escravidão. Muitos dos fazendeiros mais ricos formavam orquestras compostas por escravos, que durante os tempos de descanso, como fim de colheita, natal ou bailes de gala, serviam para distrair os senhores. Rítmos, canções, danças e ritos puramente africanas conseguiram sobreviver na Jamaica rural até o século XX.
Até o princípio dos anos 50, a música feita na Jamaica resumia-se a cantos folclóricos, religiosos e interpretações à maneira jamaicana para o Calypso (música originária das ilhas Trinidad e Tobago e que predominava no Caribe nesta época), e ao Mento, que era de uma certa forma, a síntese de tudo isto.
Os Jamaicanos se satisfaziam com a cultura própria da ilha até o princípio dos anos 50, quando veio a industrialização e junto com ela o rádio transistor, que passou a ser um forte componente de influência cultural na ilha.
Quando os ventos e a atmosfera eram favoráveis, o povo jamaicano se regozijava com o som que chegava das estações de rádio de New Orleans. O rhythm and blues de Fats Domino, Ray Charles e todas essas paradas vindas do norte, tinham literalmente desembarcado na ilha pra revolucionar os hábitos jamaicanos.
A rádio Jamaicana era controlada pelo governo e muito conservadora para alimentar a nova febre dos Jamaicanos por novidades do R&B americano.
Foi aí que surgiu dentro da cultura da ilha os lendários Sound- Systems - sistemas de som que eram instalados nos finais de semana na área de algum mercado ou em algum terreno e faziam o som rolar pra rapaziada da ilha se esbaldar.
Eram os populares Jump Ups. Com equipamentos básicos como P.A, toca discos, amplificador, cada equipe que animava os bailes se esforçava ao máximo para agradar o público.
Concorrendo de maneira ferrenha uma com as outras, cada equipe tentava trazer o máximo de músicas exclusivas vindas de New Orleans, chegando ao extremo de raspar o selo central dos discos para que as equipes concorrentes não soubessem de qual disco se tratava. E a sonzera rolava.
| |
Nenhum comentário:
Postar um comentário